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Sexta-feira, 03 de abril de 2015
Os Simbolismos da Páscoa e o Espiritismo
A palavra Páscoa tem origem
em dois vocábulos hebraicos: um derivado do verbo pasah, quer dizer “passar por
cima” (Êxodo, 23: 14-17), outro, traz raiz etimológica de pessach (ou pasha, do
grego) indica apenas “passagem”. Trata-se de uma festa religiosa
tradicionalmente celebrada por judeus e por católicos das igrejas romana e
ortodoxa, cujo significado é distinto entre esses dois grupos religiosos.
No judaísmo, a Páscoa
comemora dois gloriosos eventos históricos, ambos executados sob a firme
liderança de Moisés: no primeiro, os judeus são libertados da escravidão
egípcia, assinalada a partir da travessia no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14).
O segundo evento caracteriza a vida em liberdade do povo judeu, a formação da
nação judaica e a sua organização religiosa, culminada com o recebimento do Decálogo ou Os
Dez Mandamentos da Lei de Deus (Êxodo 20: 1 a 21). As festividades da Páscoa
judaica duram sete dias, sendo proibida a ingestão de alimentos e bebidas
fermentadas durante o período. Os pães asmos (hag hammassôt), fabricados sem fermento,
e a carne de cordeiro são os alimentos básicos.
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A Páscoa católica, festejada
pelas igrejas romana e ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a sua
morte na cruz (Mateus, 28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João, 20:
1-31 e 21: 1-25). A data da comemoração da Páscoa cristã, instituída a partir
do século II da Era atual, foi motivo de muitos debates no passado. Assim, no
primeiro concílio eclesiástico católico, o Concílio Nicéia, realizado em 325
d.C, foi estabelecido que a Páscoa católica não poderia coincidir com a
judaica. A partir daí, a Igreja de Roma segue o calendário Juliano (instituído
por Júlio César), para evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach.
Entretanto, as igrejas da Ásia Menor, permaneceram seguindo o calendário
gregoriano, de forma que a comemoração da Páscoa dos católicos ortodoxos coincide,
vez ou outra, com a judaica.
Os cristãos adeptos da
igreja reformada, em especial a luterana, não seguem os ritos dos católicos
romanos e ortodoxos, pois não fazem vinculações da Páscoa com a ressurreição do
Cristo. Adotam a orientação mais ampla de que há, com efeito, apenas uma ceia
pascal, uma reunião familiar, instituída pelo próprio Jesus (Mateus 26:17-19;
Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13) no dia da Páscoa judaica. Assim, entendem que
não há porque celebrar a Páscoa no dia da ressurreição do Cristo. Por outro, fundamentados em certas
orientações do apóstolo Paulo (1 Coríntios,5:7), defendem a ideia de ser o
Cristo, ele mesmo, a própria Páscoa, associando a este pensamento importante
interpretação de outro ensinamento de
Paulo de Tarso (1Coríntios, 5:8): o “cristão deve lançar fora o velho fermento,
da maldade e da malícia, e colocar no lugar dele os asmos da sinceridade e da
verdade.”
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Algumas festividades politeístas
relacionados à chegada da primavera e à fertilidade passaram à posteridade e
foram incorporados à simbologia da Páscoa. Por exemplo, havia (e ainda há)
entre países da Europa e Ásia Menor o hábito de pintar ovos cozidos com cores diferentes e decorá-los
com figuras abstratas, substituídos, hoje, por ovos de chocolate. A figura do
coelho da páscoa, tão comum no Ocidente, tem origem no culto à deusa nórdica da
fertilidade Gefjun, representada por uma lebre (não coelho). As sacerdotisas de
Gefjun eram capazes de prever o futuro, observando as vísceras do animal
sacrificado.
É interessante observar que
nos países de língua germânica, no passado, havia uma palavra que denotava a
festa do equinócio do inverno. Subsequentemente, com a chegada do cristianismo,
essa mesma palavra passou a ser empregada para denotar o aniversário da
ressurreição de Cristo. Essa palavra, em inglês, “Easter”, parece ser
reminiscência de “Astarte”, a deusa-mãe da fertilidade, cujo culto era
generalizado por todo o mundo antigo oriental e ocidental, e que na Bíblia é
chamada de Astarote. (…) Já no grego e nas línguas neolatinas, “Páscoa” é nome
que se deriva do termo grego pascha.
A Doutrina
Espírita não comemora a Páscoa, ainda que acate os preceitos do
Evangelho de Jesus, o guia e modelo que Deus nos concedeu: “(…) Jesus
representa o tipo da perfeição moral que a Humanidade pode aspirar na Terra.” [3]
Contudo, é importante destacar: o Espiritismo respeita
a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do
simbolismo representado, ainda que apresente outras interpretações. A liberdade conquistada pelo povo judeu, ou a
de qualquer outro povo no Planeta, merece ser lembrada e celebrada. Os Dez
Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código ”(…) de todos os tempos
e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. (…).” A ressurreição do Cristo representa a vitória sobre a morte do corpo físico,
e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade e a sobrevivência do Espírito
em outra dimensão da vida.
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Os discípulos do Senhor
conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo da vida
moral. Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do
Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do
túmulo. Por isso mesmo, atraiam companheiros novos, transmitindo-lhes a
convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.
Nós, os espíritas,
procuramos comemorar a Páscoa todos os dias da existência, a se traduzir no esforço
perene de vivenciar a mensagem de Jesus, estando cientes que, um dia, poderemos
também testemunhar esta certeza do inesquecível apóstolo dos gentios: “Fui
crucificado junto com Cristo. Já não sou eu quem vive, mas é Cristo vive em
mim. Minha vida presente na carne vivo-a no corpo, vivo-a pela fé no Filho de
Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20)
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Mensagem de Páscoa - Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=Yl8WmrYnHZw
________________
Texto
http://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/os-simbolismos-da-pascoa-e-o-espiritismo/
1- https://luzdoconsolador.wordpress.com/2012/10/11/acolhimento-na-casa-espirita/
2- http://www.rudecruz.com/estudos-biblicos/antigo-testamento/exodo/o-cordeiro-de-deus-e-o-pao-sem-fermento.php
3- http://www.sonsdagraca.net/2014/05/santa-ceia-atraves-da-pintura.html
4- https://cristianismototal.wordpress.com/2012/05/14/significados-da-ressurreicao-de-jesus/
5- http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/o-espirita-e-a-pascoa-50206/#.VR6HiyvF9zg
03 de abril de 2015
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