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DEUS



Quinta-feira, 26 de julho de 2012


DEUS
Antero de Quental e Chico Xavier


Quem, senão Deus, criou obra tamanha,
O espaço e o tempo, as amplidões e as eras,
Onde se agitam turbilhões de esferas,
Que a luz, a excelsa luz, aquece e banha ?

Quem, senão ELE, fez a esfinge estranha
No segredo inviolável das moneras,
No coração dos homens e das feras,
No coração do mar e da montanha ?!

Deus!... somente o Eterno, o Impenetrável,
Poderia criar o imensurável
E o Universo infinito criaria! ...

Suprema paz, intérmina piedade,
E que habita na eterna claridade
Das torrentes da Luz e da Harmonia!

Poema escrito pelo Espírito Antero de Quental, psicografado por Chico Xavier.
Do livro: Parnaso de Além Túmulo - Editora FEB

Antero de Quental

Chico Xavier

 
BIOGRAFIA
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Antero de Quental nasceu nos Açores (Ilha de S. Miguel, cidade de Ponta Delgada). Foi uma das figuras marcantes na poesia e na política na segunda metade do século XIX em Portugal.

Nasceu no seio de uma família profundamente religiosa. Estudou no Colégio do Pórtico, de Ponta Delgada, fundado e dirigido por Antônio Feliciano de Castilho.

Em 1858 ingressou na Universidade de Coimbra, onde  viria a licenciar-se em Direito em 1864. É neste período que entra em contacto com a obra de Kant, Hegel, Proudhon, Michelet, Augusto Comte e outros pensadores contemporâneos.

Funda a Sociedade do Raio, organização secreta de estudantes envolvida em práticas maçônicas e na contestação ao sistema. Colabora no jornal O Acadêmico.

Antero de Quental adere às ideias modernas do seu tempo (republicanismo na política, realismo na arte), destacando-se logo em 1865, pelos ataques que faz aos defensores das concepções mais tradicionais em arte, como o Feliciano de Castilho, na polêmica conhecida como a Questão Coimbrã.

Após a formatura, seguindo exemplo de Proudhon, resolve aprender o ofício de tipógrafo na Imprensa Nacional (1866), seguindo logo a seguir para Paris onde apoia os operários franceses. Não tarda a regressar a Portugal e a viajar para os EUA.

Em 1868 fixou-se em Lisboa, onde funda com antigos colegas da universidade o Cenáculo, na Casa de Jaime Batalha Reis. Nesta fase distinguiu-se como um grande paladino das ideias republicanas.

No ano da Comuna de Paris (1871), em Lisboa, organiza as célebres Conferências do Casino, que marcaram o início da difusão das ideias socialistas e anarquistas em Portugal.

Neste ano rompe com o Cristianismo e passa a defender uma organização social de inspiração anarquista (Proudhoniana), assente em dois pilares fundamentais: a liberdade e a fraternidade. Neste ano funda diversas associações operárias, publica folhetos e dirige jornais de propaganda das novas ideias ( A República Federal, A República-Jornal da Democracia Portuguesa, O Pensamento Social e a Revista Ocidente).

Durante uma viagem a Paris, fica gravemente doente. Em 1881 refugia-se em Vila do Conde, onde estuda Schopenhauer e E. Hartmann. Numa carta datada de 7 de Agosto de 1885, a Carolina Michaelis de Vasconcelos, afirma que terminara o seu período poético e entrara no filosófico, pretendendo desenvolver e sistematizar a sua filosofia.

Em 1890 é chamado para encabeçar um movimento patriótico que opôs Portugal à Inglaterra em relação à partilha da África.

Agastado com múltiplos problemas para os quais não consegue encontrar resposta, acaba por regressar a Ponta Delgada (Junho de 1891) onde se suicidou.
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Antero de Quental pertenceu à denominada "Geração de 70", que inclui Eça de Queiróz, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Teófilo de Braga, Adolfo Coelho, Guerra Junqueiro, Gomes Leal e muitos outros, e que que assumiu como um grande objetivo a reforma cultural e social de Portugal.
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A filosofia de Antero é inseparável da sua poesia, onde de forma mais sistemática procurou desenvolver todo um percurso poético-filosófico desde a dúvida religiosa até um panteísmo de inspiração oriental.

Reagindo contra o naturalismo e o positivismo que predominavam no seu tempo procurou, no final da vida conceber uma filosofia centrada na consciência e na liberdade.
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