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ALMAS DESERTAS




Bom dia!
Sábado, 26 de maio de 2012


ALMAS DESERTAS
Texto de autoria de Mariângela Freitas


Vemos a caminhar, diariamente, pelas avenidas do mundo, essas pobres e tristes almas desertas  destituídas de amor em seus corações.

Almas errantes que seguem sem rumo e sem perspectiva de serem felizes algum dia.

Sentimos dó de seus dissabores. Pensamos em todo o esforço que fazem para parecerem felizes, realizadas e radiantes diante daqueles que as observam.

Mas essas almas, em sua maioria, nada fazem para serem diferentes: acordam mal humoradas, esquecem-se de banharem-se, todas as manhãs, com as luzes da santificada prece, deixaram de lado as velhas canções que embalavam antigos sonhos. E de seus dedos reumáticos, permitiram que fossem embora os doces amores, e certamente foram embora para sempre.

Almas que se preocupam apenas com o ter, "ajuntar", adquirir, enganar, deixar para trás tudo o que está à sua frente.

 E quando essas almas desequilibradas decidem atacar a felicidade alheia? Por que assim procedem? Sentem-se mal com o sorriso dos melhores amigos? O coração bate em descompasso quando o vizinho conta suas próprias venturas de paz e contentamento?

Na casa dos que possuem alma sem vitalidade, não existem flores. Tudo é deserto como em sua vida. Calor, sede e solidão são os seus aflitivos companheiros.

Se chove elas fazem reclamação ao Pai Misericordioso; se advém a seca, choram pela chuva que passou. Sempre insatisfeitas e ansiosas, buscando no outro, um pequeno defeito para tornar este defeito grande e perigoso demais aos olhos do mundo.

Desejam diuturnamente mutilar a pessoa invejada, pois que esta é objeto de seus desejos de vingança e insanidade.

Ouçam-nos, oh, pobres almas ressequidas pelo sol do desespero, que riem das almas simples que passam na estrada: se vocês soubessem dos caminhos por onde aqueles humildes pés já caminharam; dos rios perigosos que atravessaram, das longas viagens  que empreenderam; das noites que não dormiram; de quantas vezes aquelas mãos sangraram, vocês as compreenderiam em suas imperfeições e as aplaudiriam em seus dias de conquista.

Mas a grande maioria dessas almas enfermas nem se dá ao trabalho de uma auto-análise; de entrar em seu íntimo e arrancar de lá o que lhe perturba e corrói.

"Ninguém que está feliz, faz a infelicidade do outro". Isto é fato. Só os infelizes  são capazes de transformar afetos em  desafetos; desarmonizar ambientes; desestruturar aqueles que se amam; dissolver belas amizades e destruir o que de bom e belo foi construído por anos a fio.

Almas desertas, descubram  seu próprio oásis!  Essa fonte inesgotável de água boa, pura e cristalina; esse paraíso refrescante está dentro de você.

Olhem para os lados. Vejam que vistosas palmeiras acenam para o vento sem, no entanto, desejarem ser o próprio vento. 

Porque até a  Natureza compreende que cada um tem seu papel dentro da hierarquia dos mundos: alguns elementos são vento e outros, tempestade. Uns são chuva, e outros, estiagem. Alguns são a força das marés, e outros são apenas a onda humilde que  nos vem banhar os pés.

Desertas almas, despertem. O ciúme lhes corrói o cérebro e o coração lentamente como uma cachaça velha que arrasa  completamente  os órgãos vitais  de um ser humano.

Façam algo em favor de  sua melhoria íntima, porque o Senhor Deus; O Senhor de todos e seres e coisas criadas, está bem próximo do ofendido e um pouco mais distante do ofensor.


- E agora, que tal ouvir a bela canção logo abaixo na voz inconfundível de Maria Bethânia?

Que ela toque sua alma; que faça o despertar para um novo amanhecer. Mesmo que lentamente.


Ave Maria
Nos seus andores
Rogai por nós
Os pecadores
Abençoai estas terras morenas,
Seus rios, seus campos
E as noites serenas
Abençoai as cascatas
E as borboletas que enfeitam as matas

Ave Maria
Cremos em vós
Virgem Maria rogai por nós
Ouvi as preces murmúrios de luz
Que aos céus ascendem
E o vento conduz
Conduz a vós
Virgem Maria
Rogai por nós

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