Jesus conversando (Foto 01)
Bonecos representando Judas - à venda (Foto 02)
Quarta-feira, 11 de abril de 2012
JUDAS - NA PERSPECTIVA ESPÍRITA
Texto escrito por Mariângela Freitas
Abro o site: http://www.coraldelchiaro.com.br/ave-maria.htm e dou um clique para ouvir a "Ave Maria" de Gounod. É que preciso me inspirar numa canção que me eleve a alma para escrever o que está para ser escrito. Na verdade a idéia está pronta, mas a música me ajuda a organizar as palavras e frases que aqui serão expostas.
A Semana Santa passou. Hoje já é quarta-feira. Mas o que é mesmo a Semana Santa? Por que essa semana é santa e as outras não?
E o que é a páscoa? O que significam ovos de páscoa? Coelhos da páscoa? Os supermercados cheios, todo mundo comprando ovos de chocolate - digo - ovos de páscoa.
O que é Domingo de Ramos? E por que não tomamos outra bebida, senão vinho, nessa época do ano? Qual a diferença entre embriagarmo-nos com vinho ou whisky? Olho de novo e vejo os supermercados cheios. Nas filas, quase todos com litros de bebida alcoólica na mão.
Em alguns dias dessa semana não comemos carne vermelha, somente peixe e o caríssimo bacalhau que não cabe na mesa dos menos afortunados. E na sexta-feira fazemos jejum. Mas por que ou para que tudo isto? O que é jejum?
Interessante é que o peixe tilápia, é conhecido e chamado por alguns de "pilatos". E muitos não o degustam nesse período, porque é pecado. Mas o que é o pecado? E que culpa tem a tilápia? E o que tem Pilatos a ver com tilápia?
Agora vem Judas. Judas Iscariotes, filho de Simão:
Em Mateus, (cap. 26, vers. 49 e 50), está escrito: E logo, aproximando-se de Jesus, Judas disse: "Eu te saúdo, Rabi." E beijou-o. Jesus, porém, lhe disse: "Amigo, a que vieste?" Então, aproximando-se eles (os príncipes dos sacerdotes), lançaram mão de Jesus, e o prenderam.
Continua Mateus, (Cap. 27, vers. 3 e 4): Então Judas, que O traiu, vendo que Jesus fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: "Pequei, traindo o sangue inocente". Eles (Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos) porém, disseram: "Que nos importa? Isso é contigo." E ele, (Judas) atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.
Uma história real, acontecida em Jerusalém há mais de dois mil anos. Ainda hoje relembrada, repetida e levada a público nos teatros e palcos de quase todo o mundo.
Chega a "Semana Santa" e todo ano se repete a mesma coisa: a malhação do Judas. Uma espécie de carnaval, uma brincadeira de mal gosto com um boneco que representa esse "homem traidor". Judas então é arrastado pelas ruas, vilipendiado, levado nos braços ou em carinhos de mão. Galhofas, gargalhadas, deboches.
Por que essa brincadeira? Se perguntarmos a alguém o que significa tudo isso, alguém saberá responder?
Tudo começou com um homem (Judas) que traiu a seu Mestre e Senhor! Eram amigos. Viviam em grupo: Jesus e seus doze seguidores. Eles O ouviam, sentavam com Ele à mesa de grandes e pequenos. Eram amigos, companheiros. Riam juntos, conversavam, viram tantos "milagres" sendo realizados pelas mãos do Rabi.
Mas por que esse escárnio em torno da figura de Judas?
Deixe-me interpretar o que hoje consigo ver mais claramente em virtude de uma Religião, que me proporciona uma visão mais ampliada da vida - a religão Espírita, organizada pelo pedagogo francês, Allan Kardec:
Quando vejo, ano após ano, esses bonecos sendo arrastados pelas ruas, penso que já está na hora de pararmos com isso. É uma ação agressiva e violenta que as crianças observam para reproduzir mais tarde.
Imagino a atitude equivocada de Judas - um dos doze companheiros de jornada evangélica -, entregando seu Mestre e tão doce amigo por trinta moedas de prata. Arrependido, voltou atrás e quis devolver o metal precioso, todavia não foi mais possível. Então, sua consciência pesada o levou a outro desatino ainda maior: o suicídio.
Judas Iscariotes, o traidor de Jesus, sai da vida pelas portas do suicídio: O maior desastre que alguém pode cometer.
Eu sei que o Mestre amava a Judas. Certamente sofreu com a covardia, a falsidade de um dileto amigo. Imagino como deve ter ficado triste o Seu coração manso e bom!
Judas O beijou e Ele, Jesus, apenas falou com brandura: "AMIGO, A QUE VIESTE? "
E logo após foi levado à prisão, à tortura e à morte. Pregado em uma cruz infamante, o manso Cordeiro ainda balbuciou: "Pai, perdoa-lhes. Eles não sabem o que fazem!"
Mais de dois mil (2000) anos já se passaram e nós ainda fazemos pirraça com Judas Iscariotes. Por quê? Que temos com isso? Como ousamos julgar? O que de diferente fazemos para sermos melhores do que Judas, esse pobre infeliz?
Por acaso, pergunto-me: deixamos de comer e beber para prestarmos culto às datas sagradas que nos chamaram a reflexão sobre nosso Mestre e Senhor? Que fizemos de diferente nesse período; na "Semana Santa"?
Sentamos com nossos amigos e nos embriagamos com vinho de segunda classe? Matamos animais e comemos suas carnes comemorando o que mesmo? Depois, saímos bêbados pelas ruas arrastando um boneco porque ele é o Judas que traiu a Jesus?
Jesus nunca foi adepto da violência, da barbaridade, das mágoas, dos ódios, do mal. Ele perdoava e perdoa sempre, com humildade e brandura. Docemente perdoa. E perdoou a seu amigo, Judas, porque lia em sua mente a imaturidade quase infinita do seu coração de homem ligado arraigadamente às coisas materiais.
Senhores, senhoras. Falem para seus filhos e seus netos, que Judas cometeu um grave erro. Sim. Mas que essa brincadeira está perdendo a graça no Mundo de Regeneração do qual estamos nos aproximando, aonde vai imperar a Lei do Amor - a única a salvar nossas almas desses erros medonhos.
Senhores, senhoras, falem para suas crianças que já se passaram dois mil anos e que muitos de nós ainda fazemos com nosso próximo aquilo que Judas, equivocadamente, fez com Jesus: mentira, falsidade, traição, covardia, calúnia, infâmia, abandono.
Se é assim, se assim agimos em nosso dia-a-dia, não vemos motivos para ninguém "malhar" ninguém.
Que Jesus acenda a luz divina em nossos corações, para que possamos compreender o erro do outro olhando para os nossos.
Jesus perdoou a Judas. Portanto já não temos nada com isso. Não somos juízes. Esse assunto é para eles dois. E com certeza, o amor divino do coração do Mestre, envolve paternalmente, desde aquele triste dia, esse homem não compreendido chamado Judas - o filho de Simão.
P.S.: Assista a este vídeo:
Escrito e postado por Mariângela Freitas
2 comentários:
Sabe que me faço algumas dessas perguntas nesse período?! Não consigo ver com "bons olhos" certos "rituais", certas mesmices em determinados períodos, quando tudo se repete da mesma forma. Mas e o amor ao próximo, onde fica mesmo? Ovos, de páscoa, vinho, bacalhau, tilápia, "pilatos", aff, vejo tudo isso como uma invenção sem sentido, e que na verdade mesmo, só serve para aumetar a aglomeração de pessoas nos supermercados, e dessa forma incentivar cada vez mais o comércio nessas ocasiões. Eu, particularmente, não sigo nenhuma dessas regras, para mim todas as semanas são santas, e Deus é um só, aquele que imaculamos dentro da gente, e ponto final!
Espero que um novo mundo venha a surgir a partir de pequenos detalhes como um blog e um comentário num blog.
Obrigada pela visita!
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