Bambu chinês
Segunda-feira, 16 de abril de 2012
DOBRAR-SE PARA ERGUER-SE
Texto escrito por Mariângela Freitas
Há alguns anos, conversando com uma amiga, psicóloga, disse-lhe: "Acho que vou fechar meu coração". Ao que ela prontamente me alertou: "Não faça isto. Pois um cardiologista poderá ser chamado para abri-lo".
Fiquei a pensar nessas palavras, aparentemente óbvias, porém sábias. Quando fazemos algo danoso à nosso corpo sutil (o espírito), nosso corpo material padece. Se fecharmos nosso coração aos demais corações do mundo, ele literalmente se fecha. E iremos parar na mesa de um bom cirurgião cardíaco.
Hoje estive meditando sobre os bambus chineses. Eles têm uma bela história: ao serem plantados, ficam cinco anos a germinar e crescer no subsolo e somente após esse período, emergem da terra mãe e alcançam até vinte e cinco metros de altura.
Essa lembrança me trouxe outra: "É preciso muita fibra para chegar às alturas , e ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão."
Assim é o bambu chinês: Forte, fibroso e flexível. Estende seu corpo rumo ao céu, mas curva-se ao peso da neve para não se quebrar. Na primavera está alegre, altaneiro, feliz. No inverno submete-se às ordens da Natureza e rende-se, envergando-se até ao solo pois sabe HUMILDAR-SE, o que é bem diferente de HUMILHAR-SE.
Há dias, períodos ou ciclos em nosss vidas em que precisamos saber discernir se estamos em nossa primavera ou em nosso inverno. Se estivermos na estação das flores, é hora de nos apressarmos rumo ao sol; às realizações positivas e às conquistas materiais e espirituais. Realizando o desabrochar de nossas próprias flores, gerando frutos e distribuindo-os a quem necessitar.
Porém, se a época é de chuvas e frio, neve e tempestades, é hora então de nos encolhermos, de nos curvarmos diante do fato. A neve cai sobre o bambu chinês e ele, sabiamente enverga-se para não quebrar. Enverga-se ao peso da neve fria e insensível à sua beleza, pujança e vitalidade. Ali permanece silencioso e paciente, aguardando. Ele também sabe que tudo passa.
Assim está escrito, num singelo quadro bem acima da cama de Chico Xavier - o médium missionário das Minas Gerais: "Tudo passa. Isso também passará."
Envergar-se; dobrar-se diante das adversidades é sábio e divino. Jesus também riu e chorou; agradeceu e lamentou - tudo a seu tempo.
A Natureza tem quatro estações e em todas elas, plantas e animais aprenderam a sobreviver harmoniosamente.
Em nossas vidas também não é diferente. Passamos pelas quatro estações em nosso mundo íntimo: primavera, verão, outono e inverno. E quando este último chegar, que saibamos recebê-lo com a alegria e sapiência que nos foram legadas para nosso bem.
Se hoje chove, vejamos que benefícios essa enxurrada pode nos trazer: o ar limpo e renovado, a terra úmida para o plantio de boas sementes, o fogo dos desatinos controlado e os rios transbordando a cantar a festa vitoriosa da saciedade sobre a fome.
Chove lá fora? Quero acender minha lareira e aquecer-me em minha própria companhia. Não escuto os pássaros cantando, todavia sei que eles vivem e que momentaneamente escondem-se dos ventos gelados.
Olho para a floresta de bambus, vejo todos abaixados e humildes esperando que o deus sol que lhes venha trazer o calor de um novo amanhecer. Assim como espero que o meu Deus me traga de volta a primavera.
Enquanto aguardo que a alva paisagem volte a vestir-se de verde mais uma vez, recito a melodiosa mensagem do mestre em Yoga, Professor Hermógenes: "Entrego, confio, aceito e agradeço."
Ah, tenho uma surpresa para você. Clique aqui e ouça, são apenas cinco minutos, não vai doer:
http://www.youtube.com/watch?v=lFxQztPf5_I
Escrito e postado por Mariângela Freitas
Ah, tenho uma surpresa para você. Clique aqui e ouça, são apenas cinco minutos, não vai doer:
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Escrito e postado por Mariângela Freitas
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