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PARA NOSSA ILUMINAÇÃO

 Flor de Lótus


Terça-feira, 01 de maio de 2012

A LENDA DA FLOR DE LÓTUS


Certo dia, à margem de um tranqüilo lago solitário, em cuja margem se erguiam frondosas árvores com perfumosas flores de mil cores, e coalhadas de ninhos onde aves canoras chilreavam, encontraram-se quatro elementos irmãos: o fogo, o ar, a água e a terra.

 - "Quanto tempo sem nos vermos em nossa nudez primitiva" - disse o fogo cheio de entusiasmo, como é de sua natureza.


"É verdade" - disse o ar. - "É um destino bem curioso o nosso. À custa de tanto nos prestarmos para construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos de nossa obra e perdemos nossa liberdade".

- "Não te queixes" - disse a água -, "pois estamos obedecendo à Lei, e é um Divino Prazer servir à Criação. Por outro lado, não perdemos nossa liberdade; tu corres de um lado para outro, à tua vontade; o irmão fogo, entra e sai por toda parte servindo a vida e a morte. Eu faço o mesmo". -

"Em todo o caso, sou eu quem deveria me queixar" - disse a terra - "pois estou sempre imóvel, e mesmo sem minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço".

 -"Não entristeçais minha felicidade ao ver-nos" - tornou a dizer o fogo - "com discussões supérfluas. É melhor festejarmos estes momentos em que nos encontrarmos fora da forma. Regozijemo-nos à sombra destas árvores e à margem deste lago formado pela nossa união".

Todos o aplaudiram e se entregaram ao mais feliz companheirismo. Cada um contou o que havia feito durante sua longa ausência, as maravilhas que tinham construído e destruído.

Cada um se orgulhou de se haver prestado para que a Vida se manifestasse através de formas sempre mais belas e mais perfeitas. E mais se regozijaram, pensando na multidão de vezes que se uniram fragmentariamente para o seu trabalho.

Em meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: o homem. Ah! como ele era ingrato. Haviam-no construído com seus mais perfeitos e puros materiais, e o homem abusava deles, perdendo-os.

Tiveram desejo de retirar sua cooperação e privá-lo de realizar suas experiências no plano físico. Porém a nuvem dissipou-se e a alegria voltou a reinar entre os quatro irmãos.

Aproximando-se o momento de se separarem, pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem.

Houve muitos projetos que foram abandonados por serem incompletos e insuficientes. Por fim, refletindo-se no lago, os quatro disseram: - "E se construíssemos uma planta cujas raízes estivessem no fundo do lago, a haste na água e as folhas e flores fora dela?"

-"A idéia pareceu digna de experiência. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas" - disse a terra - "e alimentarei suas raízes".

- "Eu porei as melhores linfas de meus seios" - disse a água - "e farei crescer sua haste".

-"Eu porei minhas melhores brisas" - disse o ar - "e tonificarei a planta".

 - "Eu porei todo o meu calor" - disse o fogo - "para dar às suas corolas, as mais formosas cores".

Dito e feito. Os quatro irmãos começaram a sua obra. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores.

O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana.

Consultaram-se os astros, e foi fixada a data de 8 de maio - quando a Terra está sob a influência da Constelação de Taurus, símbolo do Poder Criador - para a comemoração que desde épocas remotas se tem perpetuado através das idades. Foi espalhada esta comemoração por todos os países do Ocidente, e, em 1948, o dia 8 de Maio se tomou também o "Dia da Paz".

A flor-de-lótus (Nelumbo nucifera), também conhecida como lótus-egípcio, lótus-sagrado e lótus-da-índia, é uma planta da família das ninfáceas (mesma família da vitória-régia) nativa do sudeste da Ásia (Japão, Filipinas e Índia, principalmente).

Olhada com respeito e veneração pelos povos orientais, ela é freqüentemente associada a Buda, por representar a pureza emergindo imaculada de águas lodosas.

No Japão, por exemplo, esta flor é tão admirada que, quando chega a primavera, o povo costuma ir aos lagos para ver o botão se transformando em flor.


Lótus é o símbolo da expansão espiritual, do sagrado, do puro.

A lenda budista nos relata que quando Siddhartha, que mais tarde se tornaria o Buda, tocou o solo e fez seus primeiros sete passos, sete flores de lótus cresceram.

Assim, cada passo do Bodhisattva é um ato de expansão espiritual. Os Budas em meditação são representados sentados sobre flores de lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação (dhyana) está simbolizada pelas flores de lótus completamente abertas, cujos centros e pétalas suportam imagens, atributos ou mantras de vários Budas e Boddhisattvas, de acordo com sua posição relativa e relação mútua.

Do mesmo modo, os centros da consciência no corpo humano (chacras) estão representados como flores de lótus, cujas cores correspondem ao seu caráter individual, enquanto o número de suas pétalas corresponde às suas funções.

O significado original deste simbolismo pode ser visto pela semelhança seguinte: Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo sua flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada (bidhicitta), a incomparável jóia (mani) na flor de lótus (padma).

Assim, o arahant (santo) cresce além deste mundo e o ultrapassa. Apesar de suas raízes estarem na profundidade sombria deste mundo, sua cabeça está erguida na totalidade da luz.

Ele é a síntese viva do mais profundo e do mais elevado, da escuridão e da luz, do material e do imaterial, das limitações da individualidade e da universalidade ilimitada, do formado e do sem forma, do Samsara e do Nirvana.

Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz.

Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância, nem mesmo num estado de completa inconsciência um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão do Samsara.

A semente da Iluminação está sempre presente no mundo, e do mesmo modo como os Budas surgiram nos ciclos passados do mundo, também os Iluminados surgem no presente ciclo e poderão surgir em futuros ciclos, enquanto houver condições adequadas para vida orgânica e consciente.


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AS ANDORINHAS...


Praça Almino Afonso em  Martins - Rio Grande do Norte - Brasil


Bom dia!
Segunda-feira, 30 de abril de 2012


AS ANDORINHAS NA TORRE DA IGREJA MATRIZ
 Poema de Mariângela Freitas



O velho sino expulsa sonolento
As inquilinas mais doces da cidade.
Atenta àquilo, percebo e por dentro,
Doe-me suas fugas, sinto saudade.

Voam alto as andorinhas
Por sobre os imensos telhados.
Batem as asas, catam florzinhas,
Retorcem seus corpos delgados.

Seus chilros são flechas agudas
Disparadas a alvos incertos,
Suas penas são setas miúdas,
Cravam-se em meu peito aberto.

Quando o brilho do sol desponta
E devora sombra, cria cores,
Trinam e se espalham sem conta
Esses pequenos sonhos voadores.

Se poder eu tivesse à toa,
Conservaria minha vida que passa,
E feito andorinhas sob a garoa
Habitaria eternamente esta praça.


Poema de Mariângela Freitas, inserido em seu livro: "Um Beija-Flor no Jardim".

Na referida obra literária, ofereço esse poema ao  Padre Walter Collini (Italiano, de Pinzolo), que à época era nosso guia espiritual, professor e sacerdote dedicado à causa de Jesus - o Cristo, em terras martinenses e brasileiras.

Atualmente, Pe. Walter trabalha em Mossoró - RN,  dando continuidade ao seu trabalho de Evangelização Cristã.

Pinzolo - Itália




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CARTA DE TOURO SENTADO


Touro Sentado

Sábado, 28 de abril de 2012


CARTA DE TOURO SENTADO AO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS

Carta do Chefe Sioux TOURO SENTADO (Tatanka Yatanka) ao Presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Pierce, em 1855.

Em 1855, o cacique Seattle, Touro Sentado,da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz já 147 anos. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade.

A carta:
O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade.


Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra.


O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.

Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo.

Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita.

A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exauri-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos.

Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.

Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos.

E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho.

O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar: animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.

Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma.

Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida.

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.
Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes.

Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.

De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco.

A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças.

Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos.

Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora.

Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.

Talvez compreendessemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais  esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã.

Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho.

Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe.

Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse.

E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.

Touro Sentado.

Fonte: http://infanciaurgente.blogspot.com.br/2010/04/carta-do-chefe-sioux-touro.html

 

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HABEAS PINHO - POEMA


Sexta-feira, 27 de abril de 2012


HABEAS PINHO

Em 1955 em Campina Grande, na Paraíba, um grupo de boêmios fazia serenata numa madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu... o violão!...
Decepcionado, o grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima, na época recentemente saído da Faculdade, e que também apreciava uma boa seresta.

Ele peticionou em Juízo, para que fosse liberado o violão.
Aquele pedido ficou conhecido como "Habeas Pinho" e enfeita as paredes de escritórios de muitos advogados e bares de praia, no Nordeste Brasileiro.

Mais tarde, Ronaldo Cunha Lima foi eleito Deputado Estadual, Prefeito de Campina Grande, Senador da República, Governador do Estado e Deputado Federal.

Eis a famosa petição:HABEAS PINHO

Exmo. Sr.
Dr. Artur Moura,
Meritíssmo Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca,


O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção
Não é faca, revólver nem pistola.
É simplesmente, Doutor, um violão!

Um violão, Doutor, que, na verdade,
Não matou nem feriu um cidadão.
Feriu, sim, a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade.
Ao crime ele nunca se mistura.
Inexiste, entre os dois, afinidade.

O violão é próprio dos cantores,
Dos menestréis de alma enternecida,
Que cantam as mágoas e que povoam a vida,
Sufocando, assim, suas próprias dores.

O violão é música e é canção,
É sentimento de vida e alegria,
É pureza e néctar que extasia,
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório,
Porém, seu destino o perpetua:
Ele nasceu para cantar, em plena rua,
E não para ser arquivo de Cartório.

Mande soltá-lo, pelo Amor da noite
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas leves e sonoras.

Libere o violão, Dr. Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito!
É crime, porventura, o infeliz,
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, e afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
Perambular na rua um desgraçado,
Derramando na rua as suas dores?

É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza, já, do seu acolhimento.
É somente liberdade, o que pedimos
E, nestes temos, vem pedir deferimento!
Assinado:
Ronaldo Cunha Lima, advogado.

O juiz Arthur Moura, sem perder o ponto, deu a sentença no mesmo tom:
"Para que, por esta vida, eu não carregue
Mais um remorso, no cansado coração,
Determino, pois,  que seja logo entregue
Ao seu dono, o malfadado violão!“

HABEAS PINHO

Este poema foi extraído do site:
http://www.compadrelemos.com/visualizar.php?idt=1150634

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SOMBRAS E LUAR - Pelo Espírito EROS



Quarta-feira, 25 de abril de 2012

SOMBRAS E LUAR


Dramas rudes…Há momentos em que o coração na câmara torácica parece ter um punhal a trespassá-lo.Mente atordoada…
Há problemas que assomam em patética de receios e inquietações produzindo febre n’alma e angústias de incertezas…

Dificuldades e incompreensões…
Há cipoal e sarçal à frente de quem avança, a multiplicar espículos e empeços como se tudo estivesse convertido em provações rudes e aguçadas desesperações.
São sombras e ao mesmo tempo oportunidades que luzem.

Busca, porém, a prece e banha-te de luz…
O seu refrigério, aparentemente não te resolverá as situações, e, de certo, não se modificarão a golpes de mágica as paisagens de sombra e conflito…

Apesar disso, com sutileza, renasce a esperança, ressurge a coragem, aplainam-se as arestas difíceis, e, passado algum tempo, raia dia novo de júbilo no coração animado, na mente abençoada pela santificante presença do Cristo a conduzir certezas.

Não se desespere na dificuldade; eleva-te na oração e enriquece tuas sombras de dor com luar de paz.

*Mensagem de autoria do Espírito Eros e recebida através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco.
Livro: Heranças de Amor


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DEUS - POEMA DE ONILDO BARBOSA



Segunda-feira, 23 de abril de 2012


DEUS
Poema de Onildo Barbosa


Como poeta, analiso,
Descrevo e transformo em verso
Que cada lugar que piso
É parte de um universo.
Sinto, na luz dos meus olhos,
A flacidez dos abrolhos,
Céu distante, mar profundo.
Da Terra, esfera suspensa,
Deus marca a Sua Presença
Em tudo que há no mundo!

Conhecê-Lo, eu não conheço,
Visitá-Lo, eu nunca pude.
Mas Ele é o endereço
Que nos conduz à virtude.
Deus é  poder invisível,
Abstrato, indescritível,
Difícil de se entender.
Do catedrático, ao anônimo,
Em tudo está o sinônimo
Do Seu imenso poder.

Deus está na nossa mente,
Na forma que a gente pensa,
Nas coisas que a gente sente,
De acordo a nossa crença.
Deus é a luz que aparece
Na hora que amanhece,
Prá nos trazer alegria,
Embelezando a aurora,
Quando a noite vai embora,
Dando vida ao novo dia.

Deus orienta o inculto,
Com força e perseverança.
Dá paciência ao adulto,
Prá conduzir a criança.
Deus está na flor cheirosa,
Na planta leguminosa,
Que alimenta a nação.
No vento, na noite cálida,
No rosto da lua pálida
Que embeleza o sertão!

Deus está mo movimento
Dos animais na floresta,
Nas aves fazendo festa,
No seu acasalamento.
Na fruta que cai do cacho,
Na fêmea que atrai o macho,
Na pétala que traz o brilho.
Está na ânsia do quarto,
Confortando a dor do parto
Do ventre que gera o filho!

Deus está na melodia
Do sabiá laranjeira,
Na fonte de água fria,
No grito da lavandeira.
No veneno da serpente,
No germinar da semente,
No mel que tem na resina.
Na ciência, na fragrância,
Na raiz, na substância,
No saber da Medicina.

Deus está no mel da cana
Que produz a rapadura.
Na casca da umburana,
No vapor da terra dura.
Na plumagem da arara,
No fruto da caiçara,
Na flor do mandacaru.
No espinhal do abismo,
Na beleza e romantismo
Da voz do uirapuru!

Deus está, por Sua vez,
No calor da sequidão,
Na lágrima do camponês,
Que chora a falta de pão.
Deus está presente na dor,
Na angústia, no amor,
No lamento dos plebeus.
Deus está sempre de pé,
Prá dar um pouco de fé
A quem não conhece Deus!

Deus se encontra no pistilo
Da flor do maracujá,
No casco do crocodilo,
Na pena do tangará.
Deus é a água da chuva,
O mel da polpa da uva,
Que serve de vitamina.
É o ouro derretido
Do vulcão adormecido,
Que está no centro da mina.

Deus está na plenitude
Do sorriso da criança,
No vigor da juventude
E na velhice que cansa.
Na obediência do filho,
Tá na boneca de milho
Com seus cabelos compridos.
Tá na riqueza da alma,
Na paciência e na calma
Dos menos favorecidos.

Deus está na translação
Da Terra, em seu movimento.
Na força do furacão,
Na tempestade e no vento.
Está nos bosques sombrios,
Na confluência dos rios,
Na aridez do calcário.
Está no deserto enorme,
No beduíno que dorme,
No passo do dromedário.

Deus está na construção
Do joão-de-barro engenhoso,
Na plumagem do pavão,
Elegante e vaidoso.
Tá na forma conjugal
E no ato sexual,
Quando a libido é pura,
Sem químicas nem alcalóides,
Milhões de espermatozóides,
Gerando uma criatura.

Deus está entre os rochedos,
Nas estradas poeirentas,
Nas nebulosas cinzentas,
Nos alcantis e lajedos.
Deus tá na Fauna e na Flora,
Na araponga que mora
No mais alto da montanha.
Nos arbustos aromáticos,
Nos pontos enigmáticos,
Dos tecidos da aranha.

Deus é a única razão
Da nossa sobrevivência,
O pulsar do coração,
A voz, a inteligência.
Não sou nenhum pregador,
Não sou padre, nem pastor,
Não me entrego ao cansaço:
Sem religião nem crença,
Sinto, de Deus, a Presença,
Em cada coisa que faço.


 Ouça o poema na voz do autor:
      
http://www.compadrelemos.com/audio.php?cod=33926

Postado por Mariângela Freitas

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A DECISÃO É TUA

 (Foto 01)

Domingo, 22 de abril de 2012

A DECISÃO É TUA
TEXTO ESCRITO POR MARIÂNGELA FREITAS

Quando criança, assistindo às missas na igreja da minha cidade, ouvia uma música linda do padre Zezinho que dizia:

Se ouvires a voz do vento
Chamando sem cessar
Se ouvires a voz do tempo
Mandando esperar.

A decisão é tua,
A decisão é tua.
São muitos os convidados
Quase ninguém tem tempo

Se ouvires a voz de Deus
Chamando sem cessar
Se ouvires a voz do mundo
Querendo te enganar
A decisão é tua,
A decisão é tua.
São muitos os convidados
Quase ninguém tem tempo

O trigo já se perdeu
Cresceu, ninguém colheu
E o mundo passando fome
Passando fome de Deus
A decisão é tua,
A decisão é tua.

Hoje é domingo. Um dia geralmente chamado, pela grande maioria, de chato e monótono, sem graça e sem sentido.
Multidões vão às praias, outros dormem até altas horas, outros ainda acordam muito cedo para recomeçarem o trabalho de ontem ou mesmo para o nada.

Há um vazio em muitas vidas. A chama da esperança parece apagar-se a cada minuto. Nada de especial para se fazer, pensar ou realizar.

Enquanto isso, o chamado das forças superiores soa em nossos ouvidos: " A decisão é tua, a decisão é tua - são muitos os convidados. Quase ninugém tem tempo."

Hoje é domingo. Amanhã é a chata segunda-feira? Chata segunda-feira. A segunda-feira que lhe dá a bênção do trabalho que edifica, que honra sua vida e preenche suas horas tão sem graça.

Entrei numa farmácia, em Natal, esses dias. E ali na calçada estava um homem-trapo coberto com trapos imundos. Ele dormia, esquecido pelas autoridades; pelos engravatados e orgulhosos.
Dormia confiante - quem sabe -  nas pessoas de bem que ainda existem.

Pensei nos vândalos, nessas almas desequilibradas e sem rumo que fazem o mal pelo mal. Imaginei que aquele resto de homem também poderia ser incendiado por esses  psicopatas. Filhos e filhas mal criados por pais e mães e cuidadores que se refestelam  em suas poltronas e piscinas, redes e jardins floridos e leem jornal e discutem política e navegam na internet e ali traem seus conjuges, enquanto seus "anjinhos" queimam mendigos nas ruas do mundo.

Amanhã é segunda-feira. Bendiga este dia que se aproxima. Você pode redimir-se nele. Fazendo dele o melhor de todos os seus dias.

Em vez de maldizer as benditas horas dessa segunda-feira que se aproxima, pense naquele mendigo que você não viu, mas o vê passar à frente de seus olhos todos os dias: na sua rua, no trânsito, no seu trabalho, na sua cozinha.

Com certeza ele daria tudo para estar no seu lugar!

Tenha um bom dia e uma ótima semana de trabalho. E abençoe esta segunda-feira que você costuma repudiar.

 Acorde, faça sua oração, alongue-se e pense nesse homem-mendigo que dorme para esquecer que seu maior luxo seria apenas um bom banho e um pão com leite, café e manteiga - tudo aquilo que sobra na sua mesa.

"A DECISÃO É TUA... 
A DECISÃO É TUA..." 


Foto 01:http://diegotofoli.wordpress.com/2010/09/26/a-decisao-e-tua/   

Escrito e postado por Mariângela Freitas











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MENINOS, EU VI... Por Arnaldo Jabor

Palácio do Planalto - Brasília - DF

Sábado, 21 de abril de 2012

MENINOS, EU VI...
Texto de Arnaldo Jabor

VOCÊS VIRAM TAMBÉM, MAS ACHO QUE ESQUECERAM.

Eu vi as empregadas gritando, a cozinheira chorando, o rádio dando a notícia: "Getúlio deu um tiro no peito!"
Eu, pequeno, imaginava o peito sangrando - como é que um homem sai da presidência para o nada?

Meninos, eu ouvi, anos depois, no estribo de um bonde:
"O Jânio renunciou!"
Como? Tomou um porre e foi embora depois de proibir o biquíni, briga de galo e de dar uma medalha para o Che, eu vi a história andando em marcha a ré e eu entendi ali, com o Jânio saindo, que os bons tempos da utopia de JK tinham acabado, que alguma coisa suja e negra estava a caminho como um trem fantasma andando pra trás.

Depois, meninos, eu vi o fogo queimar a UNE, onde chegaria o "socialismo tropical", em abril de 64, quando fugi pela janela dos fundos, enquanto o General Mourão Filho tomava a cidade, dizendo:
"Não sei nada. Sou apenas uma vaca fardada!"

Eu vi, meninos, como num pesadelo, a população festejando a vitória do fascismo, com velas na janela e rosários na mão; vi a capa do "O Cruzeiro" com o novo presidente da República de boné verde, baixinho, feio, quem era?
Era o Castelo Branco e senti que surgia ali um outro Brasil desconhecido e, aí, eu vi as pedras, os anúncios, os ônibus, os postes, o meio-fio, os pneus dos carros, como um filme de horror; Eu, que vivera até então de palavras utópicas, estava sendo humilhado pela invasão do terrível mundo das coisas reais.

Depois, vi a tristeza dos dias militares, "Brasil ame-o ou deixe-o", a Transamazônica arrombando a floresta, vi o rosto patético de Costa e Silva,a gargalhada da primeira perua Yolanda, mandando o marido fechar o Congresso.
Vi e ouvi Jorge Curi na TV, numa noite imunda e ventosa de dezembro lendo o AI-5, o fim de todas as liberdades, a morte espreitando nas esquinas, a gente enlouquecendo e fugindo pela rua em câmera lenta, criminosos na própria terra;

Depois, vi o rosto terrível do Médici, frio como um vampiro, com sua mulher do lado, muito magra, infeliz, vi tudo misturado com a Copa do mundo de 70, Pelé, Tostão, Rivelino e porrada, tortura, sangue dos amigos guerrilheiros heróicos e loucos, eu sentindo por eles respeito e desprezo, pela coragem e pela burrice de querer vencer o Exército com estilingues;

Não vi, mas muitos viram meu amigo Stuart Angel morrendo com a boca no cano de descarga de um jipe, dentro de um quartel, na frente dos pelotões, enquanto, em S.Paulo, Herzog era pendurado numa corda e os publicitários enchiam o rabo de dinheiro com as migalhas do "milagre" brasileiro, enquanto as cachoeiras de Sete Quedas desapareciam de repente;

Depois eu vi os órgãos genitais do General Figueiredo, sobressaindo em sua sunguinha preta, ele fazendo ginástica, nu, para a nação contemplar, era nauseante ver o presidente pulando a cavalo, truculento, devolvendo o país falido aos paisanos, para nós pagarmos a conta da dívida externa.

Vi, as grandes marchas pelas "diretas" e vi, estarrecido, um micróbio chegando para mudar nossa história, um micróbio andando pela rua, de galochas e chapéu, entrando na barriga do Tancredo na hora da posse e matando o homem, diante de nosso desespero.

E eu vi então a democracia restaurada pelo bigodão de Sarney, o homem da ditadura, de jaquetão, posando de oligarca esclarecido;
Vi o fracasso do Plano Cruzado, depois eu vi a volta de todos os vícios nacionais, o clientelismo, a corrupção, a impossibilidade de governar o país, a inflação chegando a 80 por cento num único mês.

Meninos, eu vi as maquininhas do supermercado fazendo tlec tlec tlec como matracas fúnebres de nossa tragédia.
Eu vi tanta coisa, meninos, eu vi a inflação comer salários dos mais pobres a 2% ao dia.
Eu vi o massacre de miseráveis pela fome, ou melhor, eu não vi os milhões de mortos pela correção monetária, não vi porque eles morriam silenciosamente, longe da burguesia e da mídia.
Mas vi os bancos ganhando bilhões no over e no spread , dólares no colchão, a sensação de perda diária de valor da vida.

Eu vi a decepção com a democracia, pois tudo tinha piorado, eu vi de repente o Collor vindo de longe, fazendo um cooper em direção a nosso destino, bonito, jovem, fascinando os otários da nação, que entraram numa onda política "aveadada", dizendo:
"Ele é macho, bonito e vai nos salvar...".
Eu vi o Collor tascar a grana do país todo e depois a nação passar dois anos "de quatro", olhando pelo buraco da fechadura da Casa da Dinda, para saber o que nos esperava.
Eu vi Rosane Collor chorando porque o presidente tirara a aliança.
Eu vi a barriga de Joãozinho Malta, irmão da primeira-dama, dando tiros nas pessoas, eu vi a piscina azul no meio da caatinga, eu vi depois a sinistra careca de PC juntando o bilhão do butim.
Eu vi Zélia dançando o bolero com Cabral em cima de nossa cara, eu vi a guerra dos irmãos Collor, Fernando contra Pedro e, depois, como numa saga grega, eu vi o câncer corroendo-lhe a cabeça.

Eu vi o impeachment , eu vi tanta coisa, meninos, e depois eu vi, por acaso, por mero acaso, por uma paixão de Itamar, eu vi o FHC chegar ao poder, com a única tentativa de racionalidade política de nossa história num antro de fisiológicos e ignorantes.

E, aí, eu vi a maior campanha de oposição de nossa época, implacável, sabotadora, eu vi a inveja repulsiva da Academia contra ele, eu vi a traição de seus aliados, todos unidos contra as reformas, uns agarrados na corrupção e outros na sobrevida de suas doenças ideológicas infantis.

E agora eu vejo o estranho desejo de regresso ao mundo do atraso, do erro e das velhas utopias. Vejo a direita se organizando para cooptar a oposição, comendo-a, vejo um exército de oligarcas se preparando para a vingança, vejo ACM, Barbalhos e Sarneys prontos para tomar o Congresso de assalto, para impedir qualquer mudança e voltar aos bons tempos da zona geral.

Meninos, vocês viram também, mas acho que esqueceram.



Arnaldo Jabor

Carioca nascido em 1940, o cineasta e jornalista Arnaldo Jabor já foi técnico de som, crítico de teatro, roteirista e diretor de curtas e longas metragens. Na década de 90, por força das circunstâncias ditadas pelo governo Fernando Collor de Mello, que sucateou a produção cinematográfica nacional, Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou no jornalismo o seu ganha-pão. Estreou como colunista de O Globo no final de 1995 e mais tarde levou para a TV Globo, no Jornal Nacional e no Bom Dia Brasil, o estilo irônico com que comenta os fatos da atualidade brasileira.


Postado por Mariângela Freitas




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O EVANGELHO SEGUNDO UM CÉTICO

Jesus aconselha


Sexta-feira, 20 de abril de 2012


O EVANGELHO SEGUNDO UM CÉTICO
Escrito por Dr. Alexandre Forte 
(O autor  é de Martins e Umarizal - RN, Procurador da República, escritor e poeta) 


Um Mestre nazareno reuniu em torno de si um pequeno número de discípulos e pôs-se a dar palestras, andando pelos vilarejos e hospedando-se em casas de pobres e de ricos, conforme a hospitalidade das pessoas.

Ensinou que o caminho era a Verdade. Mas, quando indagado por Pilatos, Ele preferiu silenciar. Pilatos não teria ouvidos para ouvir o que é a Verdade? Ou a Verdade daquele momento era o silêncio entre o Mestre e Pilatos?

A Verdade é o caminho. Mas, em vez da busca da Verdade, os milhões de seguidores do Mestre passaram a buscar somente a figura divina enclausurada em dogmas que desafiam a razão.

Ele era Deus? Era um homem-deus? Que importa! O essencial é reconhecer o acerto do que Ele ensinou praticando. E praticar.

Bem-aventurados os mansos, os justos, os pacíficos, os que vivem fraternalmente e perdoam as ofensas. Porque serão recompensados com bens espirituais que a ferrugem não pode alcançar nem o fogo destruir.


Dai a César o que é de César. E que César não cobre mais do que o que é devido, pois a injustiça é o combustível da desordem e da sublevação.

A fé remove montanhas de obstáculos e a fé raciocinada, testada sob o crivo da razão, essa, sim, é invencível porque aliada do progresso e flexível a novas ideias e horizontes de compreensão.

Que é a Verdade? Eu também, como Pilatos, tento ouvir o Mestre. Mas, cada um de nós tem um grau de surdez que nos impede de ouvir a voz interior no momento de silêncio.

Só o amor fraternal, caridoso, solidário é capaz de salvar-nos do nosso inferno mental que nos submete ao inferno real de guerras, fome e sofrimentos vários. O resto é ritual ou dogma.

Dizem por aí que o Mestre irá voltar. Para que? Não há nada mais a dizer. E se Ele voltar, desconfio que fará um prolongado silêncio.

Postado por Mariângela Freitas

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É REAL - POEMA DE MARIÂNGELA FREITAS



Quarta-feira, 18 de abril de 2012


É REAL
Poema de Mariângela Freitas

Fui empurrando os povo
Que tombém me empurravam.
Até que deu pra eu chegar perto
Do deputado que veio da capitá.
Peguei na mão dele.
Ô mão macia; chêrosa toda!

Eu dixe:
-Dotô, os meus moleque tão tudim cum fome
E duente:
É lombriga, asma e tudo o mais,
Me dê um dinherim, mode eu comprá comê
e os reméido!

Ele arregalou os zói e preguntou:
-Cê votou in mim?
E eu que sou muié das sincera,
Comecei logo a tremer
E arrespondi:
-Não, sinhô!

Aí ele se danou-se!
Mandou que eu arredasse dali, ligêro
E só vortasse quando aderisse a ele.

Fiz de tudo: afiliei-me no Partido dele,
Alevantei bandêra,
Briguei inté cum meus vizim tudim.
Num perdi um comisso.

Mais quando cheguei in casa,
Os minino tinha murrido.

Poema de Mariângela Freitas - Retirado de seu livro: "UM BEIJA-FLOR NO JARDIM".

Postado por Mariângela Freitas

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OUVE, CORAÇÃO!

Abelhas trabalhando


Terça-feira, 17 de abril de 2012


OUVE, CORAÇÃO!
Poema de Maria Dolores



Perguntas, coração,
Como sanar as dores sem medida,
De que modo enxugar a lágrima incontida
Sob nuvens de fel e de pesar!...
Recordemos o chão...
Quando o lodo ameaça uma estrada indefesa,
Em cada canto roga a Natureza:
Trabalhar, trabalhar.

Fita o aguaceiro que se fez tormenta.
Ao granizo que estala, o vento insulta;
Seio de mágoas que se desoculta,
A terra, em torno, geme a desvairar...
Mas, finda a longa crise turbulenta,
Sobre teto quebrado, pedra e lama,
Renasce a paz do céu que vibra e chama:
Trabalhar, trabalhar.

Ressurge, inalterado, o sol risonho,
Não pergunta se o mal ganhou no mundo
A tudo abraça em seu amor profundo,
A criar e a brilhar!
Recebe cada flor um novo sonho,
Cada tronco uma bênção, cada ninho
Canta para quem passa no caminho:
Trabalhar, trabalhar.

Assim também, nas horas de amargura,
Enquanto a sombra ruge ou desgoverna,
Pensa na glória da Bondade Eterna,
Acende a luz da prece tutelar!
E vencerás tristeza e desventura,
Obedecendo à voz de Deus na vida
Que te pede em silêncio, à alma ferida:
Trabalhar, trabalhar.
 
Maria Dolores
 
Biografia
 
Maria de Carvalho Leite, nascia na cidade sertaneja de Bonfim de Feira - BA, no dia 10 de Setembro de 1900, filha de Hermenegildo Leite, escrivão da prefeitura, e da doméstica Balmina de Carvalho Leite. Em Bonfim passou a infância junto com três irmãos e duas irmãs.

Em 1916, diplomou-se Professora pelo Educandário dos Perdões, considerada pelas colegas e professores como adolescente prodígio, graças a rara inteligência.


"A poesia começou a senti-la na cidade natal, ainda quase criança, a transformar-se, mais tarde na poetisa de bons versos que todos conhecemos".

Reuniu alguns de seus poemas no livro "Ciranda da Vida". sendo reconhecida na Capital pela sua arte, passou a escrever nos jornais "Diário de Notícias" e "O Imparcial" sendo, neste último, Redatora-Chefe da "Página Feminina". Durante 13 anos, escrevera nos jornais citados, mostrando um mundo de ternura que trazia dentro de si, adaptando pseudônimo de "Maria Dolores".

Dolores lecionou nos Educandário dos Perdões e Ginásio Carneiro Ribeiro, em Salvador. Daí, porque entendemos o seu modo todo especial de ensinar, através dos versos as almas aflitas.

Mas a sua vida não poderia ser somente flores: estava-lhe reservada uma prova de sofrimentos morais.

Casara-se com o médico Odilon Machado. Suportando infeliz consórcio durante alguns anos, finalmente deu-se a solução pelo desquite. Não houve filhos desta união, como nunca os teria Maria Dolores.

Em sua peregrinação, morou em várias cidades da Bahia, e foi em Itabuna que conheceu Carlos Carmine Larocca, italiano radicado no Brasil; tornou-se sua companheira ajundando-o, ombro a ombro, em suas atividades.

Notamos nos seus versos o quanto sofrera, buscando algo que não encontrava: a sua complementação afetiva, tal como fora planejado pela providência, para que buscasse o Amor Maior, que ela soube encontrar um dia - Jesus ! Tanto sofrimento não foi capaz de torná-la indiferente ao sofrimento humano. Na imprensa, falava dos direitos humanos e do sofrimento dos menos felizes. Não foi compreendida: tacharam-na de "comunista" tendo de responder sobre as acusações que lhe faziam, pois fora intimada.

Em menina, fora católica; em adulta, o sofrimento fizera-lhe conhecer a Doutrina de Allan Kardec, e veio a consolação, a aceitação do sofrimento.

Tornou-se membro integrante da Legião da Boa Vontade, com o seu espírito aberto e cheio de ideais.

Fazia campanhas, prendas para os bazares realizados em sua própria casa. Fundara um grupo que se reunia em sua residência todas as semanas, quando saíam para distribuir, nos bairros carentes escolhidos, farnéis, roupas, remédios... Chamavam-se "As Mensageiras do Bem". No natal, faziam campanhas e distribuíam donativos assim como nos Dia das Mães. Dolores costurava enxovais, vendia o que era seu ou emprestava; às vezes, fazia dívidas para si, a fim de ajudar alguém.

Trazia em si, um grande sentido maternal e, como não lhe foi dado o direito da maternidade, adotou 6 meninas. Carlos (o esposo) estava na Itália quando Dolores adoecera, a pneumonia manisfestara-se de uma forma violenta. No dia 27 de Agosto de 1959 ela partia de volta a Pátria Espiritual.

Fonte da biografia:O texto em resumo acima foi extraído da obra citada abaixo:
Chico Xavier - Mediunidade e Ação - Editora IDEAL 1990
Link da Página:
http://www.grupoandreluiz.org.br/ler_biografia.php?id=12
 
Fonte do poema:
Reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 20-11-65, em Uberaba, Minas
Autor
Maria Dolores Psicografia de:
Chico Xavier
FONTE:
Reformador – Março, 1966
Responsável pela transcrição: Wadi Ibrahim


Postado por Mariângela Freitas

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DOBRAR-SE PARA ERGUER-SE

Bambu chinês


Segunda-feira, 16 de abril de 2012


DOBRAR-SE PARA ERGUER-SE
Texto escrito por Mariângela Freitas


Há alguns anos, conversando com uma amiga, psicóloga, disse-lhe: "Acho que vou fechar meu coração". Ao que ela prontamente me alertou: "Não faça isto. Pois um cardiologista poderá ser chamado para abri-lo".

Fiquei a pensar nessas palavras, aparentemente óbvias, porém sábias. Quando fazemos algo danoso à nosso corpo sutil (o espírito), nosso corpo material padece. Se fecharmos nosso coração aos demais corações do mundo, ele literalmente se fecha. E iremos parar na mesa de um bom cirurgião cardíaco.

Hoje estive meditando sobre os bambus chineses. Eles têm uma bela história: ao serem plantados, ficam cinco anos a germinar e crescer no subsolo e somente após esse período,  emergem da terra mãe e alcançam até vinte e cinco metros de altura.

Essa lembrança me trouxe outra:  "É preciso muita fibra para chegar às alturas , e ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão."

Assim é o bambu chinês: Forte, fibroso e flexível. Estende seu corpo rumo ao céu, mas curva-se ao peso da neve para não se quebrar. Na primavera está alegre, altaneiro, feliz. No inverno submete-se às ordens da Natureza e rende-se, envergando-se até ao solo pois sabe HUMILDAR-SE, o que é bem diferente de HUMILHAR-SE.

Há dias, períodos ou ciclos em nosss vidas em que precisamos saber discernir  se estamos em nossa primavera ou em nosso inverno. Se estivermos na estação das flores, é hora de nos apressarmos rumo ao sol; às realizações positivas e às conquistas materiais e espirituais. Realizando o desabrochar de nossas próprias flores, gerando frutos e distribuindo-os a quem necessitar.

Porém, se a época é de chuvas e frio, neve e tempestades, é hora então de nos encolhermos, de nos curvarmos diante do fato. A neve cai sobre o bambu chinês e ele, sabiamente enverga-se para não quebrar. Enverga-se ao peso da neve fria e insensível à sua beleza, pujança e vitalidade. Ali permanece silencioso e paciente, aguardando. Ele também sabe que tudo passa. 

Assim está escrito, num singelo quadro bem acima da cama de Chico Xavier - o médium missionário das Minas Gerais: "Tudo passa. Isso também passará."

Envergar-se; dobrar-se diante das adversidades é sábio e divino. Jesus também riu e chorou; agradeceu e lamentou - tudo a seu tempo.

A Natureza tem quatro estações e em todas elas, plantas e animais aprenderam a sobreviver harmoniosamente. 

Em nossas vidas também não é diferente. Passamos pelas quatro estações em nosso mundo íntimo: primavera, verão, outono e inverno. E quando este último chegar, que saibamos recebê-lo com a alegria e  sapiência que nos foram legadas para nosso bem.

Se hoje chove, vejamos que benefícios essa enxurrada pode nos trazer: o ar limpo e renovado, a terra úmida para o plantio de boas sementes, o fogo dos desatinos controlado e os rios transbordando a cantar a festa vitoriosa da saciedade sobre a fome.

Chove lá fora? Quero acender minha lareira e aquecer-me em minha própria companhia.   Não escuto os pássaros cantando, todavia sei que eles vivem e  que momentaneamente  escondem-se dos ventos gelados. 

Olho para a floresta de bambus, vejo todos abaixados e humildes esperando que o deus sol que lhes venha trazer o calor de um novo amanhecer. Assim como espero que o meu Deus me traga de volta a primavera. 

Enquanto aguardo que a  alva paisagem  volte a vestir-se de verde mais uma vez, recito a melodiosa mensagem do mestre em Yoga,  Professor Hermógenes: "Entrego, confio, aceito e agradeço."


Ah, tenho uma surpresa para você. Clique aqui e ouça, são apenas cinco minutos, não vai doer:
http://www.youtube.com/watch?v=lFxQztPf5_I

Escrito e postado por Mariângela Freitas 

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AS CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS DO ABORTO



Domingo, 15 de abril de 2012

AS CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS DO ABORTO

O que diz a medicina espírita?
As complicações clínicas advindas dos abortos provocados na esfera ginecológica são inúmeras e podem, inclusive, determinar o êxito letal da mulher.

No campo psicológico, são comuns os processos depressivos subseqüentes que acometem as mulheres que se submeteram à eliminação da gestação indesejada. A sensação de vazio interior, mesclada com um sentimento de culpa consciente e inconsciente, freqüentemente, determina uma acentuada baixa de vibração na psicosfera feminina.

Paralelamente, a ação do magnetismo mental do espírito expulso passará gradativamente a exacerbar a situação depressiva materna.

Como já estudamos, em muitos casos, aquele que reencarnaria como seu rebento estava sendo encaminhado para um processo de reconciliação afetiva. O véu do esquecimento do passado é que possibilitaria a reaproximação de ambos sob o mesmo teto. Com o aborto provocado, à medida que o espírito recobra a consciência, passa, nesses casos, a emitir vibrações que, pelo desagrado profundo, agirão de forma nociva na psicosfera materna. Em que pese o esforço protetor exercido pelos mentores amigos, em muitas circunstâncias se estabelece o vínculo simbiótico, mergulhando a mãe nos tristes escaninhos da psicopatologia.

Ao desencarnar, de volta ao plano espiritual, a mãe apresentará em diversos níveis, conforme o seu grau de responsabilidade, distonias energéticas que se farão representar por massas fluídicas escuras que comporão a estrutura de seu psicossoma (perispírito). Apesar de serem atendidas com os recursos e as técnicas terapêuticas existentes no mundo astral, a chaga energética, em muitos casos, se mantém, em função da gravidade e agravantes existentes.

As lesões na textura íntima do psicossoma a que nos referimos, muitas vezes, só podem ser eliminadas numa próxima encarnação de características expiatórias.

Expiação, longe de ter uma conotação punitiva, pois esse critério não existe na planificação superior, é um método de eliminação das desarmonias mais profundas para a periferia do novo corpo físico. A expiação sempre tem função regeneradora e construtiva e visa restaurar o equilíbrio energético perdido por posturas desequilibradas do passado.

As deficiências que surgirão no corpo físico feminino, pelo mecanismo expiatório, visa, em última análise, suprimir o mal, drená-lo para a periferia física. Segundo os textos evangélicos: “A cada um de acordo com as próprias obras”.

Os desajustes ocorrem inicialmente nas energias psicossomáticas do chacra genésico, implantando-se nos tecidos da própria alma as sementes que germinarão no seu novo corpo físico, em encarnação vindoura, como colheita de semeadura anterior.



RESPONSABILIDADE PATERNA
Se é verdade que a mulher se constitui no ninho onde se aconchegam os ovos, que, acalentados pelo amor, abrir-se-ão em novos filhotes da vida humana, não há como se esquecer da função paterna.

A pretensa igualdade pregada por feministas, que mais se mostram como extremistas, não permite que se enxergue pela embaciada lente do orgulho, que a mulher jamais será igual ao homem. A mulher é maravilhosamente especial para se igualar a nós homens.

Já nos referimos às complexas conseqüências para o lado materno no caso da interrupção premeditada da gestação.

Faz-se necessário, não só por uma questão de esclarecimento, mas até por justiça, estudarmos os efeitos sobre o elemento paterno que, muitas vezes, é o mentor intelectual do crime.

Desertando do compromisso assumido, ou pressionando pela força física ou mental, o homem, a quem freqüentemente a mulher se subordina para manter a sobrevivência, obriga a sua companheira a abortar. Não estamos eximindo quem quer que seja da responsabilidade, pois cada qual responde perante a lei da natureza proporcionalmente à sua participação nos atos da vida. A mãe terá sua quota de responsabilidade, ou de valorização, devidamente codificada nos computadores do seu próprio espírito.

O homem, freqüentemente, obterá na existência próxima a colheita espinhosa da semeadura irresponsável. Seu chacra coronário ou cerebral, manipulador da indução ao ato delituoso, se desarmonizará gerando ondas de baixa freqüência e elevado comprimento ondulatório. Circuitos energéticos anômalos se formarão nesse nível, atraindo por sintonia magnética ondas de similar amplitude e freqüência, abrindo caminho à obsessão espiritual.

As emanações vibratórias doentias do seu passado, que jaziam adormecidas, pulsarão estimuladas pela postura equivocada atual e abrirão um canal anímico de acesso aos obsessores.

O chacra genésico também recebe o influxo patológico de suas atitudes, toma-se distônico e, na seguinte encarnação programa automaticamente pelos computadores perispirituais a fragilidade do aparelho reprodutor. Objetivamente, veremos moléstias testiculares e distúrbios hormonais como reflexos do seu pretérito.

Lembramos sempre que não se pode generalizar raciocínios nem padronizar efeitos, pois cada espírito tem um miliar de responsabilidades e, a cada momento, atos de amor e de crescimento interior diluem o carma construído no passado.



CONSEQÜÊNCIAS PARA O ABORTADO
A especificidade de cada caso determina situações absolutamente individuais no que se refere às repercussões sofridas pelo espírito eliminado de seu corpo em vias de estruturação.

Se existe na ciência do espírito uma regra fundamental que rege a lei de causa e efeito, poderíamos enunciá-la assim: A reação da natureza sempre se fará proporcional à intencionalidade da ação. Isto é, jamais poderemos afirmar que um determinado ato levará inexoravelmente a uma exata conseqüência.

Quando a responsabilidade maior da decisão coube aos encarnados, pai e ou mãe, eximindo o espírito de participação voluntária no aborto, teremos um tipo de situação a ser analisada.

O espírito, quando de nível evolutivo mais expressivo, tem reações mais moderadas e tolerantes. Muitas vezes seria ele alguém destinado a aproximar o casal, restabelecer a união ou, mesmo no futuro, servir de amparo social ou efetivo aos membros da família. Lamentará a perda de oportunidade de auxílio para aqueles que ama. Não se deixará envolver pelo ódio ou ressentimento, mesmo que o ato do aborto o tenha feito sofrer física e psiquicamente. Em muitos casos, manterá, mesmo desencarnado, tanto quanto possível, o seu trabalho de indução mental positiva sobre a mãe ou os cônjuges.

Nas situações em que o espírito se encontrava em degraus mais baixos da escada evolutiva, as reações se farão de forma mais descontrolada e, sobretudo, mais agressiva.

Espíritos destinados ao reencontro com aqueles a quem no passado foram ligados por liames desarmônicos, ao se sentirem rejeitados, devolvem na idêntica moeda o amargo fel do ressentimento.

Ao invés de se sentirem recebidos com amor, sofrem o choque emocional da indiferença ou a dor da repulsa. Ainda infantis na cronologia do desenvolvimento espiritual, passam a revidar com a perseguição aos cônjuges ou outros envolvidos na consecução do ato abortivo.

Em determinadas circunstâncias, permanecem ligados ao chacra genésico materno, induzindo consciente ou inconscientemente a profundos distúrbios ginecológicos aquela que fora destinada a ser sua mãe.

Outros, pela vampirização energética, tornam-se verdadeiros endoparasitas do organismo perispiritual, aderindo ao chacra esplênico, sugando o fluido vital materno.

As emanações maternas e paternas de remorso, de culpa ou outras que determinam o estado psicológico depressivo, abrem caminho no chacra coronário dos pais para a imantação magnética da obsessão de natureza intelectual.

A terapêutica espiritual, além da médica, reconduzirá todos os envolvidos ao equilíbrio, embora freqüentemente venha a ser longa e trabalhosa.

Há também espíritos que, pela recusa sistematicamente determinada em reencarnar, para fugir de determinadas situações, romperam os liames que os unia ao embrião. Estes terão seus débitos cármicos agravados e muitas vezes encontrarão posteriores dificuldades em reencarnar, sendo atraídos a gestações inviáveis e a pais necessitados de vivenciar a valorização da vida.

No entanto, o grande remédio do tempo sempre proporcionará o amadurecimento e a revisão de posturas que serão gradativamente mais harmoniosas e, sobretudo, mais construtivas.

Todos terão oportunidade de amar.

A VISÃO MÉDICO-ESPÍRITA DO ABORTO
Por Érika Silveira

Devido à complexidade do tema aborto, é fundamental aliar a abordagem cientifica a espiritual. Para tanto, entrevistamos a dra. Marlene Nobre, médica ginecologista, presidente do Grupo Espírita Cairbar Schutel e da AME (Associação Médico-Espírita) do Brasil e Internacional. É também autora dos livros: Lições de Sabedoria, A Obsessão e Suas Mascaras, Nossa Vida no Além, A Alma da Matéria e O Clamor da Vida. Este último foi escrito com o propósito de ressaltar os argumentos científicos contra o aborto e propiciar ao publico uma compreensão de que a vida se expande muito mais além do que a formação de um feto.

Como a medicina aliada à espiritualidade vê a questão do aborto?

Como é lógico, os fundamentos da medicina espírita são os mesmos do espiritismo, sendo assim, a questão 358 de O Livro dos Espíritos deixa clara a questão do aborto: é um crime.

Esse foi um dos temas abordados no MEDINESP 2003, inclusive com uma carta publicada. O que dizia essa carta?

A Carta de São Paulo exprime compromissos bioéticos dos membros das Associações Médico-Espíritas do Brasil e foi elaborada pelos participantes da Assembléia Geral, realizada durante o MEDINESP. Entre os vários compromissos nela exarados, os médicos das AMEs comprometem-se a lutar não apenas contra a eutanásia e o aborto, mas também, contra a administração da chamada “pílula do dia seguinte”, que é abortiva. Por exemplo, quando forçado a receitar a “pílula do dia seguinte”, nos ambulatórios públicos, o médico espírita não o faz, para isso, lança mão de um direito legitimo, reconhecido pelo Código de Ética Médica, que é o de ser fiel à sua própria consciência. Do mesmo modo, o anestesista espírita lança mão desse mesmo direito para não participar das equipes de abortamento legal já existentes em alguns hospitais do país.

Existem campanhas contra o aborto promovidas pela AME?

A AME-Paraná, sob a presidência fraterna e idealista o dr. Laércio Furlan, tem uma campanha permanente: Vida, sim! Nela, todos os membros estão envolvidos e visa, principalmente, o esclarecimento de adolescentes e jovens, o apoio para que a gestante leve a gravidez até o fim e o aconselhamento sempre disponível, baseado na fraternidade. A AME-São Paulo participou ativamente de campanha contra o aborto, o que felizmente não se concretizou. Enfim, todas as AMEs estão engajadas nessa luta, que tem características próprias em cada Estado.

Quais são os países que mais se preocupam com o aborto e os países onde se comete o maior número de abortos?

Há muito poucos países no mundo onde o aborto ainda não é legal. Estados Unidos e Rússia são as que fazem o maior número de abortos no mundo.

Em relação ao Brasil, há algum número estatístico sobre os abortos cometidos?

Nenhuma estatística brasileira, a esse respeito, é confiável. O que se faz aqui no Brasil é manipular esses números duvidosos com a finalidade de se legalizar o aborto, alegando-se que a mulher tem o direito de fazê-lo em condições técnicas adequadas. Os que assim agem pretendem que o Estado esteja devidamente aparelhado para institucionalizar a pena de morte para inocentes.

Explique em linhas gerais quais são as conseqüências do aborto?

O aborto traz conseqüências orgânicas, psicológicas e espirituais, nesta existência e na outra, para a mulher que o provoca, para o companheiro que não a apóia na gravidez e para a equipe de saúde que o executa. Não há como negar, porém, que as conseqüências são mais graves para a mulher, porque, desde tempos imemoriais, ela traz no seu psiquismo o compromisso com os entezinhos que necessitam vir ao mundo para progredir. Essas conseqüências tomam o nome de obsessão, depressão, disfunções e doenças orgânicas do aparelho genital, etc.

Por que resolveu publicar um livro sobre o aborto?

A luta contra o aborto está intimamente ligada a minha convicção como espírito imortal e a minha tarefa como médica.

Enquanto escrevia o livro, tive confirmação de que estava absolutamente certa, quando me deparei com a estatística de um dos maiores geneticistas do mundo, Steve Jones, são 90 milhões de recém-nascidos, por ano, no mundo, contra 60 milhões de abortos, no mesmo período, ou seja, em cinco anos, o número de mortos por aborto é maior do que o morticínio ocorrido nos seis anos da Segunda Guerra Mundial.

O que aborda o livro?

O Clamor da Vida é um livro é um livro de conceitos. Com ele, visamos, sobretudo, discutir os fundamentos da Bioética Espírita. Ao emitirmos, por exemplo, o conceito e o significado da própria vida, procuramos lançar luzes acerca dói que é licito e do que não é licito na atitude bioética. Com isso, evidenciamos o valor da pessoa humana e a tentativa sub-reptícia dos que desejam reduzi-la ao estado de coisa, com a conseqüente perda de sua dignidade. Com esses conceitos, chegamos facilmente à conclusão de que a vida é um bem outorgado e que nem a mulher, nem o homem, nem o Estado, tem o direito de dispor dela.

Na sua opinião o movimento espírita deveria enfatizar mais a questão do aborto, ou seja, promover uma campanha forte e maciça?

Creio que essa campanha forte e maciça deverá ocorre toda vez que houver real ameaça de legalização do aborto em nosso país. Enquanto isso não ocorre, e esperamos em Deus não venha a ocorrer, deve-se continuar a falar contra o aborto, como temos feito em nossas atividades normais, conforme se faça necessário, sobretudo, como ação preventiva.

Gostaria de deixar alguma mensagem de reflexão sobre o assunto?

Cremos, firmemente, que os seres humanos vão eliminar, de forma definitiva, o infanticídio e o aborto da face da Terra, porque a evolução espiritual é inapelável. Sob os ares benfazejos do progresso, os seres humanos vão elevar o padrão do seu comportamento moral, de modo a banir toda forma de violência, inclusive essa, que é uma das mais cruéis – a do aborto – para viverem, em toda plenitude, o sentimento sublime do Amor, em todas as latitudes do Planeta.

(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo, nº 26, páginas 06-11)
 
Postado por Mariângela Freitas 
 

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