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SENHORA DE 74 ANOS DE IDADE, PRESA

Senhora de 74 anos de idade - presa


Quinta-feira, 29 de março de 2012



INDIGNAÇÃO

ESCRITO POR MARIÂNGELA FREITAS



"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros".
 Che Guevara


Hoje pela manhã, muito cedo, ao tomar café e conversar com uma de minhas tias (tia Francinete) em sua casa, ouço dela uma história comovente. Uma história que não vi, não li e não assisti na TV.

Venho a internet, navegar por este oceano de letras, sons e imagens virtuais. Mundo  formidável, porém intrigante, surpreendente e perigoso. E encontro o que buscava: a história que minha tia me contara: Dona Luzia, 74 anos de idade, moradora da cidade de Vianópolis, Goiás, presa... atrás das grades. Por quê?

Este Blog, como todos já sentiram, não é sensacionalista. Não divulgamos o que "vende bem" nem aquilo que as massas curiosas e sequiosas buscam todos os dias para, quem sabe, se sentirem melhor.

Procuramos aqui, divulgar para quem sabe apreciar, o belo, a poesia, as boas ações, os bons propósitos, os temas que elevam a alma às refrescantes montanhas; divulgamos a beleza das imagens com suas cores vibrantes e graciosas; a reflexão séria, o riso natural e puro - aquele que não vem do bulling. Relatamos histórias e publicamos textos e artigos ligados a Educação; ao bem-estar de homens e animais...

Mas hoje fiquei indignada. Todavia será que tenho esse direito? INDIGNAR-ME? O que diz o dicionário sobre a palavra indignação? Vamos ver? Encontro um dicionário na minha estante e lá está:
1 Ato de indignar ou indignar-se.
2 Estado de desprezo ou cólera inspirado pelo que é indigno.
3 Aversão.
4 Repulsão.

Trarei para sua apreciação aquilo de que estou falando, depois voltarei a me expressar. Vejamos o nos diz este site:

http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/03/em-go-avo-deixa-de-pagar-pensao-alimenticia-por-6-meses-e-vai-presa.html

Eu o abro para lermos:
Em GOIÁS, avó deixa de pagar pensão alimentícia por 6 meses e vai presa
Há 3 anos idosa assumiu responsabilidade no lugar do filho desempregado.
Moradores de Vianópolis se uniram para arrecadar R$ 1.500 e pagar a dívida.
Uma mulher de 74 anos ficou presa por mais de 30 horas por atrasar o pagamento da pensão alimentícia dos netos.
O caso aconteceu em Vianópolis, município de 12.548 habitantes, a 95 km de Goiânia. Comovidos, os moradores da cidade se uniram, pagaram o valor da pensão atrasada e Luzia foi solta no fim da tarde de quarta-feira (29). Há três anos a aposentada Luzia Rodrigues Pereira paga a pensão para os quatro netos. Há seis meses parou de ajudar, devido a problemas financeiros. Ela assumiu perante a Justiça a responsabilidade de pagar a pensão no lugar do filho, que está desempregado e não trabalha. Além da idade avançada, Luzia tem problemas de saúde como hipertensão e labirintite. “Eu ganho só R$ 272. Então, tomo remédio controlado e seis remédios diferentes. Não estou podendo comprar nem os meus remédios agora. Não estou em condições de pagar a pensão”, explica.
Legalidade
O delegado Edson Luiz da Silva disse que a prisão é legal e que a aposentada só poderia ganhar a liberdade depois que negociasse o pagamento da dívida de pouco mais de R$ 1.500 com a nora que a denunciou. “Dentro do processo ela foi condenada a pagar essa pensão alimentícia. Não existe outra forma, atualmente, a não ser essa”, afirma.
A chegada de Luzia à cadeia de Vianópolis causou estranheza e deixou os detentos surpresos. “Na hora em que eles chegaram com ela aqui, eu nem acreditei. Pensei que ela estivesse fazendo uma visita ao presídio. Só que mandaram entrar em uma cela. Eu não acreditei. Pelo fato de a gente ter mãe, então doeu muito na gente”, afirma um dos detentos.

Polêmica

O caso provocou polêmica nas ruas da pequena Vianópolis. O comerciante Rogério Caixeta destaca que a mulher já tem mais de 70 anos de idade. “Ela não faz mal a ninguém. Ela simplesmente assinou alguma coisa em benefício do filho. Não sabia que ia ser tão prejudicada desse jeito”, diz.

Uma das filhas, Salete Auxiliadora Pereira, expressou a indignação da família. “Tem tanta gente solta que deveria estar na cadeia. Mas é mais fácil colocar uma senhora de 74 anos do que um bandido, um político. Então, fazer o quê?”.

CONTINUANDO:

Abro Livro Sagrado dos Cristãos: a Bíblia - evidentemente. Corro meus dedos pelo Evangelho de João, capítulo 2, versículos  13 a 17. 

Leio:  "... e Jesus subiu a Jerusalém. E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos e os cambiadores (cambiadores: aqueles que trocam e negociam) assentados. E, tendo feito um azorrague de cordéis (Azorrague: açoite de várias correias trançadas e atadas a um pau) lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derrubou as mesas; e disse aos que vendiam pombos: "Tirai daqui estes, e não façais da Casa de meu Pai, casa de venda". E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará. "  

Perceba: Jesus indignou-se ao entrar no Templo; na Casa de Oração e ver ali negociantes que, esquecidos do respeito ao ambiente sagrado, faziam trocas, conversavam, falavam alto, negociavam.

Jesus indignou-se? Posso eu também, indignar-me?

Senhores Servidores da Justiça deste país, quando iremos vê-los trabalhar em favor de Leis mais justas, claras e severas? Por que usam seus anéis e diplomas em defesa do mais forte e não em defesa do mais fraco? Onde o respeito ao idoso? Ao pobre, ao indigente, ao analfabeto e iletrado? 

É assim mesmo? São jogados numa cela sem a mínima cerimônia por parte dos poderes competentes? Dos orgulhosos? Dos cegos de espírito? 

Até onde li, essa senhora não é mãe de nenhum juiz, promotor ou advogado. Ela é uma mulher simples, uma simples mãe de um simples desempregado.

O povo clama por justiça dia e noite. O mundo inteiro clama por justiça, dias e noites.
Quem ouvirá?

Ali vem Jesus - novamente Jesus - o manso Cordeiro de Deus que vendo a Casa de Seu Pai transformada em mercado público para troca e venda de alimentos e animais... indignou-se, revoltou-se e expulsou dali todos os hipócritas.

Nada mais a declarar, nesta tarde em que escrevo e descrevo a minha indignação. Meu coração está por demais tristonho e melancólico. 

Este Blog será meu canal de comunicação com o mundo. Sei que as ondas da internet levarão bem longe o meu cântico de revolta, aversão e repulsão.

Desculpem-me senhores! Desculpem-se senhoras, mas... 

"A literatura num país sem liberdade pública é a única tribuna do alto da qual se pode fazer ouvir o grito da sua indignação e da sua consciência".
Alexandre  Herzen 

Postado por Mariângela Freitas


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