Lua Branca
Chiquinha Gonzaga
Ó, lua branca de fulgores e de encanto,
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo,
Vem tirar dos olhos meus o pranto,
Ai, vem matar essa paixão que anda comigo.
Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca,
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca!
Dá-me o luar de tua compaixão,
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração.
E quantas vezes lá no céu me aparecias,
A brilhar em noite calma e constelada,
E em tua luz então me surpreendias,
Ajoelhado junto aos pés da minha amada.
E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo,
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo,
Ela partiu, me abandonou assim...
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim!
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo,
Vem tirar dos olhos meus o pranto,
Ai, vem matar essa paixão que anda comigo.
Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca,
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca!
Dá-me o luar de tua compaixão,
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração.
E quantas vezes lá no céu me aparecias,
A brilhar em noite calma e constelada,
E em tua luz então me surpreendias,
Ajoelhado junto aos pés da minha amada.
E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo,
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo,
Ela partiu, me abandonou assim...
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim!
Chiquinha Gonzaga -Biografia
Chiquinha Gonzaga (1847-1935) foi compositora, pianista e regente brasileira. Primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.
Autora da primeira marchinha de carnaval "Ó abre alas". Desde criança mostrou interesse pela música. Dedicou-se ao piano e compôs valsas e polcas.Separada do marido, dava aulas de piano e apresentava-se com o conjunto Choro Carioca, em festas domésticas, tocando piano. Seu primeiro sucesso, com 29 anos, foi a composição "Atraente", um animado choro.
Dedicou-se a musicar peças para o Teatro de Revista, sofrendo preconceitos, mas finalmente inicia sua carreira de maestrina com a revista "A corte na roça".
Sua música faz grande sucesso e recebe vários convite de trabalho. Sua carreira ganha prestígio com a marcha-rancho "Ó abre alas" feita para o carnaval de 1899.
A peça de teatro "Forrobodó", musicada por Chiquinha Gonzaga, e apresentada em um bairro pobre do Rio de Janeiro, torna-se um sucesso, atingindo 1500 apresentações. As músicas são cantadas por toda cidade. "Forrobodó" torna-se o maior sucesso teatral de Chiquinha e um dos maiores do Teatro de Revista do Brasil.
Chiquinha Gonzaga lutou pelos direitos autorais, depois de encontrar em Berlim, várias partituras suas, reproduzidas sem autorização.
É fundadora, sócia e patrona da SBAT - Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, ocupando a cadeira nº 1.
Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935) ficou conhecida como Chiquinha Gonzaga. Nasceu no Rio de Janeiro no dia 17 de outubro. Filha de José Basileu Alves Gonzaga, primeiro-tenente, de família ilustre do Império, e Rosa Maria Lima, mestiça e pobre.
Apesar da família de José Basileu não ter grandes condições financeira, Chiquinha Gonzaga recebeu a mesma educação dada às crianças burguesas da época.
Estudou português cálculo, inglês e religião com o Cônego Trindade e música com o Maestro Lobo.
Em 1863, com dezesseis anos, seguindo as exigências do seu pai, Chiquinha Gonzaga casa-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, um jovem e rico oficial da Marinha, oito anos mais velho que ela. Em 1964 nasce seu filho João Gualberto e em 1965 nasce Maria do Patrocínio.
Chiquinha, de gênio forte e decidida, continua sua dedicação ao piano, compondo valsas e polcas, para desagrado do marido.
Em 1965, no mesmo ano do nascimento do seu segundo filho, Jacinto Ribeiro é contratado pela Marinha Mercante, e inicia uma longa viagem, levando com ele Chiquinha Gonzaga e o filho mais velho.
Insatisfeita com a situação, pois as ordens do marido era que ela não se envolvesse com música, Chiquinha volta com o filho para a casa de seus pais, onde havia ficado sua filha Maria. Não tendo apoio da família e descobrindo que está grávida volta a viver com seu marido. O casamento durou pouco tempo.
Em 1867, depois de mais uma experiência amorosa, com um antigo namorado, Chiquinha Gonzaga teve outra filha. Mais uma vez a união não deu certo.
Voltou a viver da música. Dava aulas de piano e obteve grande sucesso, compondo polcas, valsas, tangos e cançonetas. Ao mesmo tempo, juntou-se a um grupo de músicos de choro. Foi a necessidade de adaptar o som de seu piano ao gosto popular que lhe valeu a glória de se tornar a primeira compositora popular do país.
O sucesso de Chiquinha Gonzaga começou em 1877, com a polca "Atraente". A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, Chiquinha resolveu se lançar no teatro de variedades. estreiou compondo a trilha da opereta de costumes "A Corte na Roça", de 1885.
Em 1934, aos 87 anos, Chiquinha Gonzaga escreveu a partitura da opereta "Maria". Chiquinha compôs as músicas de 77 peças teatrais, tornando-se responsável por cerca de 2000 composições.
Em 1897, todo o Brasil dançou sua estilização do corta-jaca, sob a forma de tango "Gaúcho", mais conhecido como "Corta-Jaca". Dois anos depois, compôs "Ó Abre Alas", a primeira marcha carnavalesca.
E foi cercada dessa glória que Chiquinha Gonzaga viveu até 28 de fevereiro de 1935, às vésperas do carnaval, festa que ela tanto amava.
Fonte:
http://www.e-biografias.net/biografias/chiquinha_gonzaga.php
Esta é a biografia de uma das maiores artistas brasileiras. A música no início desta postagem foi lindamente interpretada pela cantora baiana Maria Bethânia, vale a pena conferir o vídeo de um pouco mais de dois minutos, no endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=DmUIX0TAxhw&feature=related
Postado por Mariângela Freitas, em 02. 02. 2012.
OBS: As duas últimas fotografias, foram obtidas num final de tarde nos céus de Natal, Rio Grande do Norte, em janeiro de 2012
1 comentários:
Liiiindo!
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