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Uma Prosa Para Um Final de Domingo


Sabe, num final de domingo, depois de ter passado o dia ocupada, decidi escrever alguma coisa. Tolices, pra variar. E isso não vai para o meu blog, ali só falaremos de coisas sérias...

Eu vou ter que fazer outro blog, sabia? Com pseudônimo pra deixar essas coisas lá, pra todo mundo ler.

É assim:
Quando eu morrer, morrer mesmo. Nada de desencarnar, os não-espíritas nem sabem o que é isso. E quando eu chegar lá por cima, no firmamento azul celeste, São Pedro certamente estará ali, sério, sonolento e quem sabe, mal-humorado - os santos também se aborrecem, não é?

Pois sim, eu chegarei pela madrugada. Assim como cheguei aqui na Terra - eram três da manhã de uma segunda-feira, veja só que menina esperta. Chegou cedo pro trabalho.

Então... chegarei pela madrugada e pegarei São Pedro sonolento. Minha mala ali do lado e uma vontade louca de adentrar as portas do céu.
-Dá licença, senhor São Pedro? Posso entrar?
-Espere aí que vou ver sua ficha.
(Tremo da cabeça aos pés e digo: é hoje que pego o trem das onze!!!)
-Aqui tá escrito que você fez as coisas direitinho - errando ali, acertando acolá.
Eu pergunto:
-Na média final fiquei com quanto?
- 7,5 - diz ele.
-Ah, então abre o portão, meu filho, já tou dentro.

Entro no céu. Meu Deus!!! As macieiras. Era o que eu mais queria ver na vida: lindos pomares e perfumadas maçãs. (Eu nem gosto mais de maçã, mas adoro vê-las).

Ali vem um dos chefes. Pergunto por Jesus, ele me diz: tá cedo pra vê-Lo. Vamos analisar melhor seu boletim, São Pedro está meio distraído.

Então é chegada a hora. Eu falo: senhor Anjo do céu, me dê um mês de férias, sem cobranças, sem análise de boletins, sem nada. Ele então me concede umas boas férias.

Saio correndo e volto pra Terra. Eis que chego numa bela manhã de domingo. Vou realizar meu sonho:" brincar de assombração".


Entro na casa das minhas amigas, dos conhecidos e desconhecidos. Fico atrás de uma porta e faço: Psiiiiiiuuuuuuuu

Panelas voam, vassouras caem, gritos ecoam, correrias, sandálias se perdem. Chamem o padre, vamos benzer a casa.

E eu: eeeeeiiiiiiii!!!!!
Cavalos a galope, velhas desmaiando, meninos gritando, cabelos arrepiados...

E eu de novo: uuuuuuuhhhhhhhhhhh!!!

Vai ser muito engraçado. Vou me divertir demais.
Depois só me resta voltar pro céu e perguntar pro anjo se  brincadeiras assim fazem mal. E ele diz: mal nenhum, eu também já fiz minhas traquinagens.

Escrito por Mariângela Freitas - Uma prosa para um final de domingo.

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